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10 erros no trekking que você precisa evitar

Quem nunca cometeu erros no TREKKING? A não ser que você esteja começando no trekking ou percorreu alguma trilha e não se lembre muito bem, é muito provável que já tenha cometido erros no trekking. Afinal, errar faz parte do aprendizado. E qual a maneira mais inteligente de minimizar os perrengues? Aprendendo com os erros dos outros. No caso, os meus!

Sou honesto e te digo: já cometi muito mais do que 10 erros no trekking. Nesse post eu trago aqueles que mais me marcaram praticando o trekking desde 1988 e aqueles que eu entendo que podem colaborar com pessoas que estão começando no trekking, quem sabe com você!

Sem mais delongas, vamos aos 10 erros no trekking.

1º – Deixar os dejetos na natureza

Estamos falando sobre as formas de armazenar e trazer o cocô de volta.

Quando eu comecei a praticar o trekking, não havia tanta informação sobre as formas adequadas de se fazer muitas coisas no trekking. Para se livrar dos dejetos, utilizava-se uma pá pequena ou qualquer outro objeto para escavar e fazer um buraco, e era nesse buraco que se fazia o cocô e depois tampava com terra.

Estamos falando dos anos 80, muito menos pessoas iam para as montanhas em comparação com os dias atuais. Sempre houve a preocupação com o meio ambiente, porém, era proporcional ao número de pessoas que praticavam a atividade de montanhismo.

O impacto era muito menor se comparado ao impacto gerado por centenas (ou até milhares) de pessoas que, por exemplo, sobem o Pico dos Marins nas temporadas de montanha atualmente.

Eu arrisco dizer que de 1980 até começo de 2000 ninguém falava de shit tube, que são os “tubos”, geralmente feitos de PVC, utilizados nos dias atuais para o armazenamento e transporte dos dejetos.

Fica a dica: tenha o seu shit tube ou qualquer outra forma de armazenar e trazer o seu cocô de volta. Em alguns parques você já não entra sem esse “acessório”.

2º – Menosprezar a proteção solar

O segundo erro no trekking dessa lista é relacionado à proteção solar. Eu já fui para a montanha sem um chapéu com abas longas, sem roupas adequadas e com proteção contra os raios UV, e até mesmo sem um simples creme protetor solar.

A exposição solar excessiva é o principal fator de risco para o câncer de pele e esse é um dos erros no trekking que eu (e você também, claro) devo dar grande atenção.

3º – Levar violão para a trilha

Esse é um dos erros no trekking que não pareciam ser um erro. Aproximadamente, dos meus 18 ao 35 anos, eu levei algumas vezes um violão para a montanha.

Você pode estar se perguntando, “Mas Leandro, o que tem de errado nisso?” e eu te respondo: nada! Porém, você precisa sempre estar ciente de que, ao subir uma montanha, ou ao percorrer longos percursos, menos é mais.

Me recordo de subir montanhas em Aiuruoca e ter que revezar a tarefa de carregar o violão com outros quatro amigos, pois em determinados trechos ele atrapalhava muito (e cansava).

Outro ponto importante aqui, que só entendi com o passar dos anos e com a idade avançando, é que estar no meio da natureza é um oportunidade única de se conectar consigo. É um momento de autoconhecimento, de desconectar-se, em resumo, de “pensar na vida”.

Hoje em dia, à princípio, não levo o violão mais. Na verdade, há alguns bons anos. Salvo exceções onde vou de carro até o local do acampamento e as trilhas são feitas à partir do camping, com menos carga nas costas.

4º – Deixar comida para fora da barraca

Uma das perguntas que mais recebo de amigos e familiares: “Tem bicho ou animal na trilha?”. O fato é que essa é uma pergunta de resposta óbvia, você está indo para as montanhas e florestas, habitat de vários animais.

A questão é que quanto menos você interfere “na rotina” desses animais, menos eles interferem na sua rotina durante o trekking. E, ao deixar alimento para fora da barraca, jogar casca de fruta na natureza pensando que é adubo e coisas do tipo, você está interferindo no meio ambiente.

Eu já deixei comida para fora da barraca durante a noite e é claro que isso atraiu animais. Acordei no dia seguinte estava tudo revirado. Animais tem faro apurado, é questão de sobrevivência.

É fato que às vezes está chovendo, ou está frio, ou até mesmo você está cansado demais para guardar a comida e limpar sua louça. E, nestes casos, a dica é “ensacar” a comida e colocá-la para dentro da barraca, evitando assim atrair animais e interferir no meio ambiente.

5º – Não compartilhar minha trilha

Esse é um dos erros no trekking que a maioria dos praticantes comete e eu acredito que seja um dos mais graves: não compartilhar seu planejamento de trilha com terceiros.

Eu acredito que muitas ocorrências de pessoas perdidas, ou até mesmo fatalidades, poderiam ser minimizadas, ou até mesmo evitadas, ao se compartilhar com terceiros informações básicas como:

  1. onde estou indo praticar o trekking;
  2. que dia eu irei;
  3. quem irá comigo;
  4. que dia pretendo voltar;
  5. o que fazer se eu não me comunicar até determinado dia;
  6. telefones de bombeiros ou resgate da região;
  7. telefones de amigos que conhecem a trilha ou o local;
  8. qualquer outra informação que possa ser utilizada em casos de emergência.

O fato é que eu já acampei muito e raras as vezes em que eu compartilhei essas informações acima. É um ponto de atenção e que tenho me atentado cada vez mais.

Afinal, é uma tarefa muito simples, porém, extremamente importante e útil.

6º – Roupas inadequadas

Se você está iniciando no trekking, uma das habilidades mais importantes que você precisa adquirir é a de planejar o seu trekking. Isso vai lhe poupar muitos perrengues e lhe proporcionar aventuras memoráveis.

E uma das etapas do planejamento é informar-se sobre a região e suas condições climáticas predominantes. Como base nessa informação, você planejará quais roupas levará, bem como a quantidade de cada uma delas.

Dependendo do seu destino, você vai amassar muito barro, vai molhar muita roupa, ou vai precisar se preocupar com frio e ventos excessivos, por exemplo. E estar ciente desses detalhes “muda o jogo”.

Como exemplo, posso compartilhar o fato de que já tive que percorrer longas trilhas com roupas molhadas por conta de um planejamento inadequado. Fora as vezes que senti frio à noite.

Acredito que esse é um dos erros no trekking que muita gente pode ler e pensar que “definir as roupas é algo óbvio”, e se esse for seu caso, muito cuidado: temos a tendência de ignorar o óbvio. De fato é óbvio, mas o óbvio precisa ser dito.

Botas sujas na Serra da Bocaina

7º – Trilha sem navegação

Hoje em dia está cada vez mais fácil não cometer erros no trekking em relação à navegação e a tecnologia tem ajudado muito nesse sentido.

Eu já percorri longos trechos na mata sem uma bússola, sem um GPS ou até mesmo sem um mapa para me orientar. Admito que não foi uma decisão sábia, aprendi muito ao ter que abandonar a trilha e voltar por conta de não encontrar meu destino final. É frustrante.

A maneira mais simples e acessível de se orientar durante a trilha é utilizando um aplicativo como Wikilock e baixando trilhas offline. Existem diversos outros aplicativos, estou testando e em breve trarei mais informações à respeito.

Agora, se você preferir, tem muita informação disponível na Internet sobre como usar uma bússola e mapas topográficos. É uma boa dica também, a ideia é que você encontre a melhor forma de se orientar e garanta que não ficará perdido ou não terá que abandonar a sua trilha antes da hora, como já aconteceu comigo.

8º – Não garantir o fogo

Um dos erros no trekking que contem outro erro: fazer fogueira na montanha. Eu explico.

Há bons anos atrás, eu e meus amigos de trilha acampávamos e fazíamos uma fogueira para preparar o nosso alimento. Não levávamos um fogareiro ou uma espiriteira.

Acontece que certa vez havia chovido um pouco e a lenha estava úmida, o suficiente para dificultar ascender a fogueira. Me lembro de termos gastado muito papel higiênico para acendê-la.

Mas o fato que quero mais chamar atenção é em relação à fogueiras na mata. Hoje há informação suficiente sobre a proibição dessa pratica por conta de queimadas e de prejuízos ao meio ambiente.

Um simples fogareiro à gás ou uma espiriteira à álcool são suficientes para contornar isso.

9º – Não levar um isolante térmico

Acampar sem um colchonete e sem um isolante térmico. Pode acreditar, já fiz muito isso. Na intenção de levar o mínimo de peso possível, muitas vezes e em detrimento de qualquer conforto, deixei esses equipamento e até mesmo travesseiro inflável (que ocupa pouco espaço e pesa muito pouco) para trás.

A questão é que, por conta de não levar um isolante térmico, já amanheci algumas vezes com o saco de dormir molhado, isso sem dizer das vezes que senti mais frio durante à noite por estar mais próximo do “chão frio”.

Como resolver um dos erros no trekking investindo muito pouco? Existem diversos tipos de isolantes e mantas térmicas disponíveis, por preços acessíveis. E acredite, eles podem ser responsáveis por uma noite de sono muito mais agradável.

10º – Peso em excesso

O excesso de peso é um daqueles erros no trekking que viram história para contar depois. Na verdade, viram piada pois durante a trilha isso é muito desagradável.

Meus equipamentos antigos eram muito pesados, tenho um saco de dormir de 30 anos atrás que tem o triplo do tamanho do meu saco de dormir atual. Comprei numa loja de pesca, não havia Decathlon nem mesmo lojas chinesas famosas da Internet naquela época.

Vale uma nota aqui: 30 anos e ele está em perfeitas condições de uso. Infelizmente, como em diversos outros setores, a qualidade dos produtos vem diminuindo para que logo você tenha que comprar um equipamento novo. Cito como exemplo o bico de borracha do meu travesseiro e o saco ou cantil do meu camel back – ambos “ressecaram” com alguns anos de uso e perdi os equipamentos.

Voltando aos erros no trekking, certa vez ao subir o Pico dos Marins tivemos que revezar o carregamento da mochila de um dos amigos. É claro que o trekking ensina muito sobre trabalho em equipe, companheirismo, superação das dificuldades, e carregamos a mochila com boa vontade.

O fato é que podemos aprender com isso e evitar quer volte a acontecer. Como exemplo, minha barraca já pesou mais de 2,5 kg e hoje pesa 1,6kg. Parece pouca diferença? Experimente reduzir algumas gramas no peso da sua mochila e depois volte nesse post para comentar.

Já fui motivo de piada entre os amigos por acampar dias levando tudo numa mochila de 35 kg da Trilhas e Rumos. Se eu liguei ou ligo pra isso? Nem um pouco.

Bônus: Como reduzir a possibilidade de erros?

Muitos dos erros no trekking que estou comentando nesse post acontecem por não saber como planejar um trekking e minimizar os perrengues.

Nesse artigo publicado dias atrás eu cito 5 passos simples para você planejar o seu trekking. Tem dicas muito valiosas lá, baseadas em anos de experiência na prática do trekking.

Vamos aprender juntos? Eu mostrei meus erros no trekking e agora quero saber quais são os seus erros no trekking. O que você já fez ou deixou de fazer e que pode servir de lição para mim e para outros praticantes no trekking?

Eu aprendo com você, você aprendo comigo, e todos passam menos perrengues e curtem mais. Quero ver sua mensagem nos comentários abaixo, combinado!? Boas trilhas!

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Leandro Trekker

Leandro Trekker

Escoteiro e praticante do trekking desde a década de 80, compartilho nesse blog um pouco do que aprendi e espero aprender muito com você também. Bora trilhar!

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